VIVER COM SÍNDROME DE DOWN
- Eukarya
- 4 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de mai. de 2022
Após a escrita do nosso artigo sobre a Síndrome de Down, ficámos com curiosidade de ouvir o testemunho de alguém que conviva com esta doença. Através do Instagram, encontrámos o Daniel Maia e entrámos em contacto com ele e com a sua mãe, a quem colocámos algumas perguntas sobre a convivência com alguém com Síndrome de Down.
Daniel Maia, de 24 anos, mora no Porto e é lá que atua como jogador de futsal da equipa de atletas da secção de Desporto Adaptado do Futebol Clube do Porto. Integra, também, a seleção nacional de futsal para atletas com Síndrome de Down, com a qual foi campão europeu em 2018. Além disso participou em várias competições a nível europeu e mundial em locais como Itália e Brasil.
Segue-se, assim, a entrevista à sua mãe.
1. Qual é a doença e quando descobriu?
“O meu filho nasceu com Síndrome de Down e descobrimos à nascença.”
2. De que forma a família lidou com a situação?
“Muito mal no início, mas depois da aceitação não trocaríamos o Daniel por nada.”
3. De que forma afeta/afetou o desenvolvimento?
“O desenvolvimento é mais lento e as etapas normais (andar; falar) atingidas mais tarde. Tem um deficit cognitivo, que atrapalha um pouco a aprendizagem, mas com a estimulação e apoio certos, eles conseguem atingir competências académicas. Depende de caso para caso.”
4. Sentiu alguma dificuldade na integração na sociedade?
“Não sentimos propriamente dificuldade na integração, mas muita falta de informação e formação dos Profissionais tanto de saúde como da Educação (Escola) e a sociedade em geral.”
5. De que forma a convivência com alguém com esta doença a afetou a nível psicológico?
“Para qualquer cuidador é desgastante estar atento às necessidades de uma pessoa dependente, por isso causa cansaço físico e emocional.”
6. Quais as aprendizagens mais importantes que retirou da sua experiência como mãe de alguém com Síndrome de Down?
“O meu filho ensinou-me a amar incondicionalmente sem olhar a raças, religião ou qualquer tipo de preconceito. Que todos temos limitações e capacidades, a riqueza e a sabedoria está mesmo na diversidade das pessoas. Ensinou-me a acreditar, persistir e que tudo é possível quando se deseja mesmo muito.”
Estivemos também à conversa com o Daniel que nos deu o seu testemunho como alguém com Síndrome de Down. “Na escola tratavam-me bem e estava incluído na equipa de futebol e foi aí que o meu gosto por futsal começou.”, disse-nos Daniel, quando lhe questionámos acerca da sua integração na sociedade e na escola. Acrescentou ainda que no seu processo de integração na sociedade, nunca sentiu grandes dificuldades e que se encontra a trabalhar numa pizzaria.
Durante a nossa conversa, Daniel contou-nos ainda que um dos seus passatempos preferidos, para além do futsal, é pintar mandalas. A sua boa convivência com esta condição e o facto de lidar bem com quem é, e com as adversidades que confronta no seu dia a dia, foi algo que transpareceu ao longo da conversa, servindo assim de inspiração a quem conhecer a sua história.
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