top of page

O FUTURO DOS TRANSPLANTES

  • Foto do escritor: Eukarya
    Eukarya
  • 6 de dez. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de jan. de 2022

Atualmente, 10 pacientes morrem a cada dia nos EUA enquanto aguardam em longas listas de espera por transplantes de órgãos vitais que lhes podem salvar a vida. Estima-se que este número seja muito superior a uma escala mundial, atingindo as centenas de mortes. Mas e se existisse uma solução para este problema? A resposta pode passar por transplantar órgãos de animais para humanos. Conhecida como xenotransplantação, parece uma ideia futurista e distante, mas, de facto, já é uma realidade.

No passado dia 25 de setembro, cirurgiões da NYU Langone Health, em Nova Iorque, realizaram um transplante de um rim de porco para um humano. A cirurgia, que durou duas horas, foi realizada numa mulher em morte cerebral, cujo desejo era ser dadora de órgãos e que apenas vivia com recurso a suporte de vida, não tendo qualquer probabilidade de recuperação. Com o consentimento da família, os médicos mantiveram o corpo ligado a um ventilador 54 horas após a operação e, durante todo este tempo, realizaram testes e análises que atestassem o bom funcionamento ou não do órgão, verificando que a produção de urina e creatinina (indicadores de que o rim funciona bem) apresentava os níveis normais. A cirurgia tinha sido um sucesso!

O rim veio de um porco que havia sido geneticamente modificado para não produzir a molécula alpha-gal, um açúcar que leva o nosso corpo a rejeitar o órgão transplantado. A ausência desta evita, portanto, um ataque do nosso sistema imunológico.

Num comunicado à imprensa, o Dr. Robert Montgomery, líder da equipa cirúrgica, mencionou que o futuro desta tecnologia não está limitado aos rins e que, dentro de uma década, outros órgãos de porcos, como corações, fígados e pulmões, possam ser dados a humanos que necessitem de transplantes. Quanto às questões éticas, argumentou que “Nós utilizamos porcos como fonte de alimento, nós utilizamos porcos para fins medicinais. Penso que não seja assim tão diferente.”

Este é mais um passo na evolução da medicina, que poderá vir a resolver o problema da escassez de órgãos num futuro não muito longínquo.

 

Referências:

Comments


bottom of page